A Voz do Trono de Misericórdia
Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que Eu te ordenar para os filhos de Israel. Êxodo 25:22, ARA
Deus deu a Moisés instruções detalhadas em relação à construção do santuário no deserto. Ele consistia de três partes principais: o pátio externo, que continha o altar de bronze para onde os filhos de Israel levavam as várias ofertas; a primeira tenda, ou compartimento, chamado de Lugar Santo, onde os sacerdotes oficiavam, e a área mais interna, mais sagrada, chamada de Lugar Santíssimo, onde apenas o sumo sacerdote entrava uma única vez ao ano, no Dia da Expiação.
O Lugar Santíssimo, cúbico em dimensões, era o retrato da simplicidade. A única mobília que havia ali era a arca da aliança, uma caixa feita de madeira de acácia banhada de ouro. Dentro da arca estava o Testemunho, as duas tábuas de pedra com os Dez Mandamentos escritos pelo dedo do próprio Deus. Para cobrir a arca da aliança havia uma tampa de ouro puro, com um querubim de cada lado, feitos do mesmo metal. As asas dos querubins tocavam cada canto do Lugar Santíssimo e um ao outro.
Essa estrutura simples e bela representava o coração do Céu. Na sala do trono do Universo, miríades de seres celestiais cercam o Rei dos reis e Senhor dos senhores, entoando incessantemente cânticos de louvor e adoração. Aqui Jesus, o grande Sumo Sacerdote, intercede em nosso favor; não que o Pai seja relutante em nos aceitar, mas porque cada benefício que flui aos homens e mulheres caídos vem pelos méritos do sangue derramado no Calvário.
O Lugar Santíssimo do santuário terrestre não continha nenhuma representação da Majestade do Céu, pois não é capaz de ser imaginada ou delineada. Embora não saibamos a forma de Deus, Ele deixou claro que Ele é o Deus da lei. As tábuas de pedra no Lugar Santíssimo nos dizem que o Céu e o Universo foram estabelecidos por Deus em princípios divinos.
Se tivéssemos apenas a lei – se o Lugar Santíssimo tivesse apenas a arca da aliança e as tábuas de pedra – não haveria esperança para nós. Todos nós nos desviamos do caminho, falhamos, transgredimos. A lei nos condena com uma severidade mais rígida do que as tábuas feitas de pedra.
Há, porém, o trono de misericórdia! Deus fala conosco do trono de misericórdia, não com a severidade do Sinai, mas com a salvação do Calvário.
Louvado seja o Senhor pelo trono de misericórdia!